22 de fevereiro de 2013

JARRA DA FELICIDADE

A preguiça já me ninava há vários minutos e o tédio punha-se a soprar meu corpo com o intento sórdido de apagar o restante da vivacidade, quando, miraculosamente, miss Elizabeth Gilbert ressurge nas minhas entrelinhas ciliares como quem abre um cortinado de miçangas e sorri. Cascaviando sua Fanpage esta tarde, encontro relatos anexados a fotografias de potes repletos de papeizinhos coloridos. São pessoas de diversas idades, sexos e nacionalidades agradecendo a simples e fantástica ideia de criar uma Happiness Jar, espécie de reservatório pessoal para momentos felizes. Prontamente, encontrei um recipiente de vidro com tampa, sem uso, no armário da cozinha. Pus um laço de fita verde-limão e batizei a Happy Jar de esmalte rosa com purpurina e bolinhas amarelas. Falta só tirar foto e publicar no mural de Liz o resultado da brincadeira, - lá aproveitarei para exercitar, também com ludicidade, o meu inglês.
Happiness Jar Project consiste em fazer com que cidadãos comuns se apercebam melhor de seus dias, barrando a trivialidade das horas, ao armazenarem os detalhes mais alegres por escrito, registrados com data, em pedaços de papel. A funcionalidade deste gesto singelo, ao final, proporcionará um sentimento de gratidão perante o calendário da existência. Terapêutica: recomenda-se abrir a jarra quando estiver bem cheia, nas situações em que se necessita curar alguma dor, como quem toma pílulas sorridentes sem apelar para o ácido lisérgico, bastando-se da própria dose espirituosa dos fatos. Assim, ao se ler fragmentos de boas lembranças, desembrulhando cada iluminaçãozinha dessas como quem desenlaça um presente ou retira a embalagem de um brigadeiro, pode-se ter o espírito mais elevado, acriançado e benevolente. Recomendo.

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