19 de dezembro de 2011

Conselho

Sobra sobriedade à minha idade tão tenra.
Sem atenuar a vida.
Extenuando a visão da mira má.
Hei de beber bem mais dessa fonte benigna.
Cavarei o mar, serei a rainha.
Arrancarei tumores pelos amores que engendra outra lida.
Li. Quem ler, saberá.
Alfabetizo o mundo em nome do Pai do Filho.
Ilha sagrada a quem me vem naufragar.
A ressaca da onda está onde vai a mensagem da garrafa.
Gargalopando depressa conchas de abrir-se pérola.

Sou moça velha a sussurrar em ouvido prece de loa.
Sou boa em fingir que não sei decifrar.
Mas se você me contar quantos grãos já pisei.
Olhos irão arear.

5 de dezembro de 2011