27 de maio de 2008

Cara pulsa

Não esperem de mim a carapaça da alegria em razão do meu sorriso fácil, nem aquela melancolia profunda, nem o mais ácido sarcasmo. Eu sou justo um somatório destes inusitados no sanatório de loucos indecifrados correndo de um lado a outro aos gritos e trancos. De barrancos já caí, porque demais me dei para os trancados.

Mas não pense que vou te dar além do alento, nem vou exigir. Meu bem se esgota à gota e mina meu sim. Faça uma força, torça contra o inimigo, não faça média, arrisque uma grande. Ninguém vai precisar de si no fim...

Sinta-se desconvidado a vestir minha carapuça. Nasci nua em um mundo cheio de más caras. Sou, portanto, a boa pervertida que verte bla-blá-blás fêmeas aos machos necessitados de prazer espiritual. Não vim para jogar, apenas palavrar sensações, para lavar a roupa da sinhá-vida-moça.

18 de maio de 2008

Serei este ser metamorfo e social cheio de dúvidas e vazios necessários. (Silêncio)
Completude é momento, movimento é inconstância.
Tal a Lua, prefiro ter de me submeter ao Sol iluminando em parte a noite, que permanecer no total obscuro.
Sensível me ponho não por virtude, mas por falta da cura nesse mundinho pesado, que de tanto quicar, achatou-se nos polos sem mais surpreender ou inovar. Peles se crispam no prazer ou no racismo. Sexualidades se regozijam ou se deploram. Mentalidades comungam ou extrapolam.
Tudo isso porque o ser humano é pouco.
Nada cala porque muito chora. (Som)
Lembra da primeira reação ao caíres para fora de um útero?
Então aguarde-a também para o final.

Ser circular enfada também e eu não vou repetir o erro feito um cachorro louco correndo atrás da própria cauda.
Antes fôssemos linearmente infindos, que quadrados óbvios.
Jogue o dado para cima e deixe cair um número.
Ímpar, porque parcial não hei de ser sem rosto.
A minha liberdade só é vã pelo saber.
Ingenuidade é a real sabedoria.
O muito conhecer só atormenta.
Se eu fosse agora árvore ou criança saberia definir felicidade com a mesma precisão que o vento.
O ignorante é quem de fato vive sem se dar conta do perigo.
Idéias matam. Mas eu sobrevivo.