23 de junho de 2007

Declaração

(De clara dor)

Não quero lhe falar, meu grande amor. Vou ficar na minha mesmo, esperando o bote do adversário no dia em que completar mais uns anos luz. Cantarei parabéns à você em baixo tom, com o fura-bolos erguido em direção à garganta prestes ao vômito. Não segurarei tuas velas, umas quase trinta, por conta das tuas/teus zilhares de Ex(in)crementos. Há coisa mais brochante que ficar namorando o passado? Os meus boyfriends estão mortinhos à maneira deles, nem preciso mencionar, por mais que me atormentem o juízo. Sou desposada do futuro, nem presente existe para mim. Sem laços. Aquarianda pervertida por aí... Vou abrir a minha caixinha chinesa sem fim e descobrir buquês de rosa jamais ofertados. Merecidamente. Vou recolher as flores secas todas e compor, regar um epitáfio em meu jardim:

'aqui não jaz perfume algum, ninguém faz o outro feliz por muito tempo. Tudo se dá na atração do circo, novidade. Depois, mulher barbada é vencida pelo asco.'

E eu odeio ter de casar o pensamento com o seu pranto, grampo farpado em cima do muro. Fujo. Você sabe do meu lazer preferido: Pichar o mundo. Mas é que não quero que me veja a cara de abóbora depois do amanhecer. Ia dizer uma frase banal, uma que se extenderia para o irônico, mas que me permite a pura verdade:Eu Amo! Só não digo a quem porque sou ainda uma criança de esperança nula a pular fogueira em festilha de Santo Antônio burro. Acho que foi por isso que Jesus nas-céu em manjedoura de capim. R.I.P