15 de abril de 2011

Digi-tal

Forjando minimalismos, porém com a cabeça inchada de ideias. Um Twitter é pouco para minha ânsia de extravasos: vou somando 140 caracteres com outros cento e quarenta até quantificar com qualidade as minhas postagens de vida. Não cabendo lá, repuxo aqui a vara em condão de pesca. Sou isca fragmentária de quase todas as redes sociais, das mais importantes, eu diria. Dou a cara à tapa e tapas na cara também, clichèzando os ditos populares, quem está nessa chuva ácida, é para se desmantelar. Sei usar bem as ferramentas para isso. E você? Não clamo por seguidores em minha seita, mas fique à vontade se quiser compartilhar pensamentos através de palavras, sons ou imagens. Cama de gato composta por links e mais linques. De(le)ite-se nela.

10 de abril de 2011

Festejo introspecto



Além, alegria!
A quem contagia?

As nuvens baixas, plúmbeo tempo

Cortinado, cama e sexo
As árvores nuas
Crepúsculo róseo-alaranjado
As luas que engordam a cada uivo
Solidão acompanhada de livro
As músicas tristes, o fumo
Revoada de pássaros, sinos
As cidades-fantasma
Caminhadas sem destino

Tudo isso me traz frescor à alma
Como uma bebida quente
Acalmo meus sóis a sós com bruta chuva
Umedeço o interior com lágrimas de seiva
Conexão com a natureza sem reza programada
Amada pelos seres que me veem sem que os veja
Eis o que me salva de mim e dos outros
O mundo habitado por esta melancolia feliz

5 de abril de 2011

Arquétipo

Derradeiro derramar da minha chuva no banheiro. Hora de apagar a lua, puxando um cortinado cheio de foscas estrelas. Cabeça oca de sono, acordada por sonhos que me logo cegam. À cama me deito sem resvalar no colchão. Consciência perde peso e então levito. Estou caindo para cima feito anjo a mudar de patamar, chegando a deus, no adeus infinito que só os vivos veem. Luz do sol ultrapassa os panos. Volto ao plano corriqueiro, remelando promessas de continuar a ser o que eu era enquanto imaginação. Só que com lábios vermelhos, cheiros e vícios menores.