25 de julho de 2011

Romântico, só um tico. Amar demasiado é tipo um tique nervoso. Chilique.

O romantismo cessa quando se cansa de tentar encontrar mensagens subliminares nas expressões mais sublimes do ser oposto. Porque você não se acha nelas. Antes mesmo de virar oposição além dos sexos, não se espera mais com o queixo recostado às mãos fechadas, com uma dor de cotovelo a apoiar os dois braços. Sem suspiros, dói-se menos, o masoquismo é outro. Doar-se mais, entretanto, continua a ser recomendável, mas um dar-se para o mundo é o que se faz necessário, por vezes, urgente. Há tanta gente que se prende a uma só dor, que depois não sabe ver a largueza dos sofreres como maior leveza. Quando se afrouxa, caleija-se em liberdade. A vida é curta, mas cumprir o cliché com coragem é difícil. Viva a pés descalços, depois caminha na lua. Há mais buracos na alma. E beleza. Sente?

18 de julho de 2011

Comer, rezar e amar

Quanto mais eu como,
mais morta de fome fico.
Quanto mais eu rezo, 
menos racional eu medito.
Quanto mais eu amo, 
mais me permito a doer.

Quanto menos esfomeio, 
mais emagreço meu bico.
Só não quanto ao que devo dizer.
Quanto menos oro, 
mais cética ante o infinito.
Mas reconecto-me ao meu próprio ser.

Quanto menos amo, 
menos chora meu coração.
Porém, não o umidifico, crê:
um bombeamento amigo o deixa lavado
Podendo transbordá-lo até a alma!