15 de dezembro de 2014

MEIO SORRISO

Sem desdém de Monalisa, um réquiem dentro do peito. Brisa fresca ao luar. A gestação do que pode ser, se o universo conspirar. Estrela da sorte, a morte do ido e o nascimento do doido, o crepúsculo dos ídolos dentro de um ósculo platônico. Enquanto isso, respiro, sem aspirar a nada, porque já sou. Amar com um remo na mão, sem rumo certo. Meu temor anda destemido, só teimo no gemido do gozo. Mastro ereto. Alimento-me do que é caro, sem custar, nem cuspir o prato. Meu predileto é sonhar gostoso.

8 de dezembro de 2014

INSTINTO

O Amor é um bicho. 
Nem precisa de palavra. 
Agarra o braço sem pedaço arrancar. 
Quer companhia humana a par da própria liberdade. 
Paz de meramente no ser estar. 
A esmo, sem espera, uma fera sabida. 
Estranhamento não há. Lambe a ferida. 
Interação verdadeira que cheira intensão no ar: 
Desprecavida. 

5 de dezembro de 2014

HUNGRY LIKE A DOG

Meto-me entre cachorros à janela do carro, 
a deglutir o vento pela metade. 
Cadela intempestiva que sou, ponho-me a latir, 
tirando sarro da liberdade.