12 de agosto de 2010

Je suis un chien

Entristecida em trio de mim, cabeça, coração e membros. O corpo nem menciono, porque é conduzido pela alma. Por um instante quis ser eu só em espírito, porque minha concretude há muito me desgasta. Hoje recebi um chute de Adão nas minhas costelas. Chorei. Quebrei alguns ossos na mágoa do outro descontada em mim, eu um cachorro que, por roer a calça do dono sem intenção de enfurecê-lo, acabou por deixá-lo enfurecido, metendo o pé em um lado de mim. Mas ele, que é mais humano que a minha inconsciência, verá que não foi por mal, que não foi por nada, além de um ato instintivo de cometer o bonito. Porque minha perspectiva de belo não é o elo de em carne se prender. Prefiro me perder no que considero de singelo. Mas a minha ingenuidade é nua e tênue, não tem paúra de nada. Só geme. Caim, caim, caim...

Um comentário:

Lorêny Portugal disse...

Gostei. Embora escreva em prosa, seus escritos são pura poesia e ritmo. amei! Lindo!
Voltarei sempre!