20 de maio de 2013

REVELAÇÃO

A vida é uma ida com reviravolta. 
Nem verde, nem madura, mas esperançosa.
Uma rosa cheia de viços e vícios.
Um talo defumando espinhos na prateleira de incensos raros.
Uma meditação sem pensamento brusco.
Enquadramento na abstração da tela.
Painel etrusco.
Mostra até quando esconde. 
Encontra e aporta. 
Aponta e vegeta.
A vida é dada em Hare Krishnas e ramalhetes.
É rara, é Rama espalhada pelo chão.
E se derrama nos tapetes feito gato persa.
E se propaga através da última constelação encontrada
Num pacote de salgadinhos mal-cheirosos.
Terna consternação: saber-se eterna.
O brilho compensa a dor no dorso.
Adorno é corpo que pensa que sabe
Mas está morto.

2 comentários:

Marco Antônio de Araújo Bueno disse...

A vida pode ser um monte de 'fandangos' no chão duma Kombi/72

mar de dansas disse...

Paola
Tenho passeado pela sua autobiografia eletrônica e gostado cada vez mais. Estou fascinada pelas palavras, pela poesia ousada e deliciosa. Um presente te encontrar.
bj
Marilvia