3 de maio de 2013

ESCULTURA


Mel escorre na face das bonitezas quando choram.
Ao relutarem dentro de si, quebram Michelângelos.
Pode haver gelo no que arde? Fogos de ardil, vício...
Goteja fácil o suor de quem luta às vistas do vizinho.
Os mais fracos só não carregam máscaras pelo peso.
Quem muito sustenta concreto armado perde a razão.
Sensibilidade é o siso dos estetas, a leveza do gesso.
Mas prefeririam bem ser atletas do riso em meia lua.
Pincelando, da relva à rua, com cagadas de pombo.
Dói o lombo do Aleijadinho essas estatuárias de hoje.
Homenagem póstuma não basta a espírito tão grande.
Quem sabe a autoria das falanges de anjos da igreja?
Lampeja o céu do pai e dos filhos no ato da criação.
O dedo encosta no milagre, bulinando em segredo:
Sublimação.

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