2 de novembro de 2011

Girassol x Giralua

Paola Benevides
Neste planeta, sobrevivência 
Sem sobra de dúvidas nem sombras em água. 
Gastos e desgastes a troco de gostos novos. 
(- Com pá, lavras a Terra?)
É a prova para dar. Paladar em teste. 
Pupa e crisálida quem souber voar.
Assim, plantar para colher, colher para mexer 
A sede com o quente desse chá.
Herança da relva crispada
Mas cheia de pólen, dentes-de-leão e sementes.
A muda dança, move-se para crescer em busto e Ar: arbusto de perecer. 
Embuste solar para um girassol tão carente de luz Que sua pelo caule já.
Murcha, a flor vira cruz serpenteada pela erva Daninha aos túmulos esquecidos. 
Giralua resistirá um dia, mesmo calada, renascendo Em hortas pelos jazigos.
Guiada via satélite, abrirá suas pétalas pálidas 
Em direção às estrelas mortas.

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