3 de novembro de 2011

ENCARECIDA


Triste de chorar um choro engravatado, por não saber amar como manda o figurino.
Nó na garganta, borboletas que ainda não se desprenderam d'um estômago uterino.
Dessas lágrimas entre lábios, tanto sal dá sede como tu me embebedas de saudade.
A verdade é que eu também desaprendi a dançar, por todo esse tropeço em laços.
Tentei até caminhar com teus sapatos, criei caso com calos nos pés, levantei, caí.
Louca de pedra que encontrastes no meio do caminho que bifurquei, saindo por aí.
Sã não sou mais entre ouros de Midas, com orelha de burro e canção embevecida.
Minha grandiloquente coragem cuida da tua distância através de janelas com grade. 
É agora por onde passa a imagem dessa ânsia por ver-te além, ao invés da partida.
Só disfarço alarde por me arder sem que outro me diga à cara que gosta e apanha.
Arranhas o peito d'uma covarde que a ti estranha, entreolhando o futuro destarte.

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