15 de maio de 2011

Corada

Poderia estapear caras pálidas a fim de realçar o bronzeado
Se me revidassem mais pesado, acentuar o roxo
Mandar para o cinza da prisão, deixar coxo
Vela e caixão em um paraíso escurento
Vermelho de raiva mesclado à paixão move isso
Em toda gente que tem sangue nas veias
Mas eu amarelo...

Adoraria uma surra de margaridas dessas vidas amargas

Ninguém tem coragem de se vingar com flores neutras

Por que a palavra pode significar mais que o gesto
E o gesto significar mais que o ato
A essas pessoas tão preto no branco?
Eu me espanto

O verde de esperar fica-se gasto
O azul vai ao fundo do abismo
Depois volta por algum acaso
Com tons pasteis de tranquilidade

Meu mundo é furta-cor
Rouba a graça dos que não são daltônicos
Para doar aos descorados sem prisma no olhar

Não ofendo

Minhas cores é que são fortes


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