5 de abril de 2011

Arquétipo

Derradeiro derramar da minha chuva no banheiro. Hora de apagar a lua, puxando um cortinado cheio de foscas estrelas. Cabeça oca de sono, acordada por sonhos que me logo cegam. À cama me deito sem resvalar no colchão. Consciência perde peso e então levito. Estou caindo para cima feito anjo a mudar de patamar, chegando a deus, no adeus infinito que só os vivos veem. Luz do sol ultrapassa os panos. Volto ao plano corriqueiro, remelando promessas de continuar a ser o que eu era enquanto imaginação. Só que com lábios vermelhos, cheiros e vícios menores.

Um comentário:

Leonard M. Capibaribe disse...

Incrível o peso e a leveza desse seu texto. Li logo que acordei e agora estou desperto para o dia... Muito bom!