25 de setembro de 2008

OLOR

Olhe fundo, mas olhe bem.
As pupilas todas estão arreganhadas.
Quem não for analfabeto de alma que me leia.
Acato interpretações diversas, já que diversa também sou.
E livre. Há livros!
Não se prenda a um único foco, abstraia mesmo, sem te deixar trair por obviedades.

Venha, pode meter o dedo.
Tuas digitais me discriminam enquanto eu te delato,
deleito ou deleto.
Vai depender do hábito.

Flores. Sim, eis o meu cheiro.
E o que exala aos outros não é da minha alçada.
Cada qual com sua essência.
Para as rosas, escreveu alguém, o jardineiro é eterno.

O que me iguala aos seres de sexo feminino é justo o mesmo par de orelhas, mas nunca o mesmo par de brincos.
O que me assemelha aos animais de sangue quente
é que não tenho sangue de barata.
Sou cara, custe o que custar.

Preparado(a)? Então sejas bem-vindo(a)!
Decerto teremos muito o que compartilhar.
Mas diga antes a que veio,
pois ainda não foi me dado o poder de adivinhar.

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