20 de dezembro de 2012

QUIROMANCIA

Palmistry, 1908.
A palma é livro, carrega manuscritos à caneta ponta fina. Assina sua sina aqui. Sai a perfurar os sulcos, a indicar caminhos percorridos e rumos a serem traçados, poro a poro. Deixa impressões digitais em copos, corpos e maçanetas, tem a chave para a vida, baú revirado ou trilha secreta. Ilhados pelo destino. Feitura toda de tricô divino, por vezes sangrando pela falta do dedal mais adequado para o apontamento dos acasos. O passado agulha o presente que pressente um futuro costurado à lembrança do que já se reviveu noutro plano. Quando se está sem planos há clarividência às mãos lavadas várias vezes. TOC ou toque repentino. No fim, o nanquim de se ser ainda permanece. Quantos anos, amores, filhos terá a mão? Por quantos volantes, lemes, guidãos os dedos passarão? Punho livre, magia de cigana, soco no vento? Quem lê, não se engana. Tudo é uma questão de reflexologia.


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