25 de dezembro de 2010

Medita ação

É tanto pouco que em muito me satisfaço. Nem quero bastante, só o necessário para a manutenção da minha felicidade. Sem deixar pela metade a vida, nem as suas verdades. Coragem por vezes cora as maçãs no rosto colhidas, exige-se cumprir todos os pecados. 


O gosto na boca tem de ser sangue, paladoando glóbulos de paz nos beijos. Tempero bom se sabe na cor vermelha, porque arde. A mesma das estranhas entranhas da gente, com os óvulos fecundados. Do amor se devia ser um gestante eterno.

Gesto corriqueiro que se faz é o da despedida, por isso já estou toda torta. Fardo nas costas que separam o mar da terra. Alento quando se vem pacífico dos oceanos. Lento processo de cicatrização quando se vai e não se revolta mais. Deve-se ir além das ondas, mesmo que a ferida tenha cortado a fé remando sempre com seu pé para trás, preso a correntes e mariscos. Sou da pá virada, Curupira da floresta nomeada mundo. Encaro riscos rabiscando palavras nos muros, acendendo postes. Pata levantada do cachorro ao mijo, deixando várias pulgas atrás da orelha gasta. 

Nosso terceiro olho parece chorar por dentro, mas algo além há que nos vigie toda hora. Perigo lá fora. Chove, molha, assa ovo no mesmo asfalto em que pousa o OVNI da glória. O sol é um só para manhãs diversas, sejam elas adversas ou não. Já a lua versa sobre as marés na sua vaidade: o mar é um espelho. Vai ver por isso vivo com medo de morrer afogada. Escapemos todos então para o alto das montanhas! Esperemos pela volta de Maomé.

Um comentário:

Fernanda Lym disse...

A exemplo de Zaratustra foi o que fiz: refugiei-me nas montanhas *_*