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Como mal vês, não consigo sempre ser tão clara. Janelas têm cortinas para homenagear sóis em segredo. Já fui mais pálida e gélida antes, o aquecimento global agora vem trazendo um calor desumano que dispensa adivinhações futuras. Deduz-se hoje através do medo. Dá na mesma, todos sabem da morte vindoura de um jeito ou outro. Pior mesmo é reconhecer o assassínio cometido em massa contra a própria natureza e persistir na mortandade. Vamos derreter em puro êxtase!
Nessas horas queria ser barata ou pedra, somente para existir longevidrada na geração seguinte. Dinossauros, humanos, extra-terrestres invasores do planeta água em busca de sede vacante? Minha igreja não permite isso, está vazia. Haverá Raves nos finais de semana com padres e pastores discotecando o Rock and Roll da eternidade: único estilo ainda vivo até amanhã, junto aos clássicos dos deuses que estão beethovendo tudo. Onírica presença.
Posso descansar um pouco, largar o pensamento com outros sonhos vãos? Juventude perdida é a que nascerá a partir desta hora. Já vêm ao mundo com ele se acabando, com tanto acabado, sabendo muito, compreendendo pouquíssimo. Construir o quê? A tendência para o caos inicial aparece tal um novo amanhecer desesperado. O pôr-do-astro fumegante continuará despertando nostalgia. Deixe-me então mergulhar na epiderme do ego, pois a coexistência estará arruinada cada vez que alguém disser isto. E mais isto. Sem nexo.
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Eis o velho paradoxo do ancião infantil ou da idosa criança sobrevivendo na perspectiva da falta. Sem dentes, cabelo, auto-controle. THE END poderá significar "começo" na Torre de Babel com a cabeça-canoa virada para baixo. O dilúvio de outrora secará Tsunamis sem nome. Sem animais, sem mais, sem ânima. Até o fim!
2 comentários:
tô mal com esse nosso fim. minha sofia tem 5 anos. quero ser pedra, barata, rato... não não...
fortes tuas palavras
beijão
assim eu não consigo trabalhar...
como é que você consegue escrever assim?
- pera, chefe... tô lendo a última li...
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