25 de março de 2013

SIDERAÇÕES





















Esta noite, 
nuvens-losango celestiaram 
imensa colcha de retalhos. 

Cenário desestrelado 

e não menos magnífico, 
a convidar muita chuva.

Lua virou lanterna 

na mão de um deus guri, 
a lumiescer entre as costuras.

Ali, sob as cobertas, brincava 

como quem conta histórias
na falta de luz.

Podíamos ouvir tudo 

através do vento, 
do silêncio à maré, 
até amanhecer.

O mesmo ser 

que medra no escuro,
transforma lodo em pedra 
e ainda cria fogo.

Braço dobrado 

debaixo da cabeça em sonho 
era o travesseiro do passado.

Mas aqueles céus de hoje

nos elevam para longe 
desse pensamento eclipsado.

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