Esta noite,
nuvens-losango celestiaram
imensa colcha de retalhos.
Cenário desestrelado
e não menos magnífico,
a convidar muita chuva.
Lua virou lanterna
na mão de um deus guri,
a lumiescer entre as costuras.
Ali, sob as cobertas, brincava
como quem conta histórias
na falta de luz.
Podíamos ouvir tudo
através do vento,
do silêncio à maré,
até amanhecer.
O mesmo ser
que medra no escuro,
transforma lodo em pedra
e ainda cria fogo.
Braço dobrado
debaixo da cabeça em sonho
era o travesseiro do passado.
Mas aqueles céus de hoje
nos elevam para longe
desse pensamento eclipsado.
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