Larga do meu pé, dona Morte!
Não farei a tua sorte desta vez.
Tenho fé, acendo vela, digo 33.
O doutor me avisou do corte...
Serei a melhor modelo cirúrgica.
Um peito com costura e marca.
Se doer, vem a vida e põe gelo.
Derrete até aço, a ferro e fogo.
Armo esse jogo sobre a mesa.
Puxo a toalha e deixo a louça.
Sou moça de conservar beleza.
Estou pronta para o meu abate.
Vaca sagrada, lactante mugirei.
Trarei rebentos à Terra ainda.
Eu insisto infinda na existência.
Enquanto meu corpo profanam.
Com agulha, cateter e sondas.
Absortos na luz que emanam.
Vêm anjos pularem sete ondas.
Lavam todas as minhas feridas.
Trazem seiva no bico as pombas.
Polinizam mel abelhas margaridas.
Para tudo há cura em estado bruto.
Para uma saída sutil existe o luto.
Meu ventre aberto verte o amém.
Vestirei bem cem anos de peleja.
Quando Amor acertar veia aorta.
Sem enganos viverei: assim seja!
Não farei a tua sorte desta vez.
Tenho fé, acendo vela, digo 33.
O doutor me avisou do corte...
Serei a melhor modelo cirúrgica.
Um peito com costura e marca.
Se doer, vem a vida e põe gelo.
Derrete até aço, a ferro e fogo.
Armo esse jogo sobre a mesa.
Puxo a toalha e deixo a louça.
Sou moça de conservar beleza.
Estou pronta para o meu abate.
Vaca sagrada, lactante mugirei.
Trarei rebentos à Terra ainda.
Eu insisto infinda na existência.
Enquanto meu corpo profanam.
Com agulha, cateter e sondas.
Absortos na luz que emanam.
Vêm anjos pularem sete ondas.
Lavam todas as minhas feridas.
Trazem seiva no bico as pombas.
Polinizam mel abelhas margaridas.
Para tudo há cura em estado bruto.
Para uma saída sutil existe o luto.
Meu ventre aberto verte o amém.
Vestirei bem cem anos de peleja.
Quando Amor acertar veia aorta.
Sem enganos viverei: assim seja!
Nenhum comentário:
Postar um comentário