O romantismo cessa quando se cansa de tentar encontrar mensagens subliminares nas expressões mais sublimes do ser oposto. Porque você não se acha nelas. Antes mesmo de virar oposição além dos sexos, não se espera mais com o queixo recostado às mãos fechadas, com uma dor de cotovelo a apoiar os dois braços. Sem suspiros, dói-se menos, o masoquismo é outro. Doar-se mais, entretanto, continua a ser recomendável, mas um dar-se para o mundo é o que se faz necessário, por vezes, urgente. Há tanta gente que se prende a uma só dor, que depois não sabe ver a largueza dos sofreres como maior leveza. Quando se afrouxa, caleija-se em liberdade. A vida é curta, mas cumprir o cliché com coragem é difícil. Viva a pés descalços, depois caminha na lua. Há mais buracos na alma. E beleza. Sente?
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