30 de dezembro de 2008

Há de surgir uma estrela no céu cada vez que eu sorrir
Há de apagar uma estrela no céu cada vez que eu chorar

O contrário também pode acontecer de uma estrela brilhar quando lágrima cair
Ou então de uma estrela cadente se jogar só pra ver a flor do sorriso se abrir

Deus fará absurdos, contanto que a vida seja assim
Sim, um altar onde se celebre tudo o que Ele consentir

(Adaptação para a canção ESTRELA, de Gilberto Gil)

15 de dezembro de 2008

Histórico Afetivo

Os Primeiros amores platônicos
Foram meninos, artistas, professores, fantasmas
Exercitaram a timidez de minhas descobertas
Eu cá comigo nas entranhas contemplando espelhos
Escrevendo cartas em cartilhas enfurnada no quarto
Crescente-mingüante, a ouvir livros, a ler músicas
Tudo em silêncio. Em liberdade da púbis, na puberdade.

Quando beijei em primeiro a ruiva e calva boca de Brasília
Foi a mais velha e mística, a mais controvertida
Gorda de literatura, pôs-me a palavra da poesia adentro
Esconderijo. Castraram-me na floração de meus princípios
Ósculos seguiram-se na espera, entre confusões cardíacas
Entre as provas dessa filosofia insincera.

Sobrepujei eras de aquário, acessei o mar da desordem
E o cyberespaço do novo, por vezes incomunicável.
De toda gente que via, preferia o mistério da distância
Assim troquei identificações com a santa ilha catarinense
E namorei codificada sem téte-a-téte por meses a fio
Até que o desbravador de lá aportou em minha terra
Provocou novo caos após curta bonança

Ademais, outros corpos se fundiram ao meu carnifício
Deram-me um prazer quase involuntário
Explorei o medo, a rua, o cenário da (des)ventura
O poeta alcoólico deu-me a maldição de sua proposta
Caí, então na teia de seus versos ciumentos, ridículos

Depois veio um artista outro, cores,
Deixei para depois o mais normal de todos
Depois e depois e depois mais liberdades
Viajei para as praias mais magníficas do mundo,
Conheci algumas cidades brasileiras, felicidades também
Fui a shows, dei shows e boas vindas às noites
Bebia pelo gosto de afrouxar minha loucura
E também para curar o vício de me apaixonar pelo acaso


Hoje descobri quem eu era, mas não o que sou
Ainda sou presa de novas esferas.


Finquei-me agora em relacionamento dura-d'ouro
É musical, sociável, não menos conflituoso, embora
Amadureço com ele a paciência de acertar o alvo
Quem sabe não acertemos o fruto
Que caiu na cabeça um do outro
Reproduziremos eurekas, mas renderemos frutos novos?
O tempo dirá, na distância aproximada do convívio
E na aproximação corpórea das almas
Através das quais somos vivos


CONSELHO PRÓPRIO INVENTADO:
Piegas, não te apiedas nunca do coitado
Parta para o coito, pense no parto, mas se previna
Ainda és menina, a mulher quem a fará será o seu Amado.

13 de dezembro de 2008

Ter um segredo me basta, da minha boca já saiu mais mosca do que entrou mosquito. A diferença é que não mais engulo sapo. Jogo sal na ponta da língua e costuro a boca da macumba. Virar príncipe não vira porque já é muito surreal. Se digo ou se confesso, o meu equívoco decerto será usado contra mim dentro ou fora do tribunal. Leis e liberdades. Se vivemos sem esta ou aquela, estamos todos mal fadados. Ser humano é o diabo! Acho que vou para uma colônia de férias na Babilônia tirar o meu atraso de vida entre chistes e pastiches insensatos!

1 de dezembro de 2008

A BEAUTIFUL MIND

I find you very attractive. Your aggressive moves toward me indicate that you feel the same way. But still, ritual requires that we go through a number of platonic activities before we have sex. I'm simply proceeding with those activities. But in point of actual fact, all I really want to do is have intercourse with you as soon as possible. You're gonna slap me now.

Does our relationship warrant long-term commitment? I need some kind of proof, some kind of verifiable, empirical data. Alicia: I'm sorry, just give me a moment to redefine my girlish notions of romance.

I don't exactly know what I am required to say in order for you to have intercourse with me. But could we assume that I said all that. I mean essentially we are talking about fluid exchange right? So could we go just straight to the sex.


Uma mente brilhante fálica e falível. Acima, uma passagem bem excêntrica do filme sobre o matemático John Forbes Nash Jr. Chego a me identificar com sua esquizofrenia humanóide aguda, embora seja ou esteja sã em consciência desde que me entendo por fêmea. É tragicômico, é natural. E olha que meu teorema sobre a vida ainda não foi descoberto. Quem sabe no final?

26 de novembro de 2008

Espelho, espelho não meu,
mas da morada a que pertenço.

Reflito aflita
sobre meu endereço:

o que me levou a mudar
tanto assim?

3 de novembro de 2008

Identificação com a liberdade

There is a pleasure in the pathless woods;
There is a rapture on the lonely shore;
There is a society, where none intrudes;
By the deep sea, and music in its roar:
I love not man the less, but Nature more…


Lord Byron (1759-1824)


Há nas matas cerradas um prazer
Há nas encostas solitárias um arrebatamento,
Há sociedade, onde ninguém pode intrometer,
Pelo mar profundo e música em seu lamento:
Eu não amo menos ao Homem, mas à Natureza mais...


O divino e a natureza se fundem através do filme "Into the wild" de Sean Penn. Um jovem recém-formado decide quebrar os laços com o carreirismo que o espera depois das suas atividades acadêmicas e lançar um périplo pelos EUA. Ele deseja trocar tudo o que a sociedade urbana espera e dá a um jovem nas suas condições por um único bem: a verdade. E a verdade para Christopher McCandless está à sua espera na mãe-natureza. ENTREGA ABSOLUTA.

Leitor assiduo de Jack London e Tolstoi, encarna um personagem profético e de carisma messiânico que deixa um rastro de amor por onde passa. Existe um sentimento latente entre os outros que cruzam com ele: uma ausência e um vazio. McCandless numa peregrinação transamericana adota o nome de Alex Supertramp (Super Vagabundo). Preenche com esta esperança o vazio dos outros. Um filme que foge à gramática narrativa hollywoodiana, usa da descrição e de referências estéticas e éticas.

Se não houver terra no Céu, mais vale não haver Céu.

Ter assistido a este filme me impeliu tanto à busca por minha humanidade quanto na vez em que li On The Road, do Kerouac. Somo a arte então aos meus intentos e me inspiro numa provável libertação do óbvio. Quero também revelada a minha NATUREZA SELVAGEM!

29 de outubro de 2008

R-exist-ENTE

De repente enjoei de falar tanto de mim, procurarei narcisar bem menos, teatralizando certas nuanças a fim de não me perder em obviedades tão cruas. Leio filosofia existencialista como quem não tem dinheiro para bancar psicanálise. Sofri há pouco uma náusea qualquer de ser humano, convencendo-me que me manterei viva por um longo tempo, sem me render ao fazer algo por querer, mas sim querer de verdade tudo o que decidir fazer.

Meus olhos pesam com a hora, mas o silêncio é tão agradável que me converto às madrugadas atuando mais que em dias solares. Sei dos malefícios, até estou doente por esses dias. Tomei uma gripe emprestada de um livro empoeirado. Devo me preservar ao máximo para também extravasar em excessos no final de semana. Nunca levei meus finais de semana tão em conta quanto agora. Se eu não saio, indisponho-me, é estranho. Se bem que... Qual comportamento meu eu mesma não estranhe? Avalie os outros. Garanto já ter me importado mais com isso.

No momento também ando assustada com a quantidade de tempo ao lado de uma pessoa do sexo oposto. Encantamentos, cenários novos, gente. Esse relacionamento me aciona os tímpanos como nenhum outro. Isto pelo envolvimento com a música. O cheiro dele é muito bom, o tato idem. Conversamos e discutimos bastante acerca da vida. Aprendo, expresso-me bem mais que antes. Ganhei novos coloridos, embora minha oscilação melancólica persista. Remediar me basta. Que venha a entrega.

16 de outubro de 2008

16/fevereiro/1985


"Não se nasce mulher: torna-se." Beauvoir

"Eu era uma criança, esse monstro que os adultos fabricam com as suas mágoas."

"O homem deve ser inventado a cada dia." Sartre

28 de setembro de 2008

Behind Blue Eyes

No one knows what its like to be the bad man
Ninguém sabe como é ser o cara mal
To be the sad man behind blue eyes
Ser o cara triste por trás de olhos azuis

No one knows what its like to be hated
E ninguém sabe como é ser odiado
To be fated, to telling only lies
Ser destinado a apenas mentir

But my dreams they aren’t as empty
Mas meus sonhos não são tão vazios
As my conscience seems to be
Quanto minha consciência parece ser

I have hours only lonely
Passo horas sozinho
My love is vengeance that’s never free
Meu amor é uma vingança, isso nunca é de graça

No one knows what its like to feel these feelings
Ninguém sabe como é sentir estes sentimentos
Like I do and I blame you
Como eu sinto e a culpa é sua

No one bites back as hard on their anger
Ninguém ferroa tão ferozmente em sua ira
None of my pain and woe can show through
Nenhuma das minhas aflições podem transparecer

When my fist clenches, crack it open
Quando meus punhos cerrarem, quebre
Before I use it and lose my cool
Antes que eu os use e perca a calma
When I smile, tell me some bad news
Quando eu sorrir, dê-me algumas notícias ruins
Before I laugh and act like a fool
Antes que eu sorria e aja como um tolo

If I swallow anything evil
E se eu beber de algo maligno
Put your finger down my throat
Enfie seu dedo na minha garganta
If I shiver, please give me a blanket
Se eu tremer me dê seu cobertor
Keep me warm, let me wear your coat
Mantenha-me aquecido, deixe-me usar seu casaco


THE WHO

25 de setembro de 2008

OLOR

Olhe fundo, mas olhe bem.
As pupilas todas estão arreganhadas.
Quem não for analfabeto de alma que me leia.
Acato interpretações diversas, já que diversa também sou.
E livre. Há livros!
Não se prenda a um único foco, abstraia mesmo, sem te deixar trair por obviedades.

Venha, pode meter o dedo.
Tuas digitais me discriminam enquanto eu te delato,
deleito ou deleto.
Vai depender do hábito.

Flores. Sim, eis o meu cheiro.
E o que exala aos outros não é da minha alçada.
Cada qual com sua essência.
Para as rosas, escreveu alguém, o jardineiro é eterno.

O que me iguala aos seres de sexo feminino é justo o mesmo par de orelhas, mas nunca o mesmo par de brincos.
O que me assemelha aos animais de sangue quente
é que não tenho sangue de barata.
Sou cara, custe o que custar.

Preparado(a)? Então sejas bem-vindo(a)!
Decerto teremos muito o que compartilhar.
Mas diga antes a que veio,
pois ainda não foi me dado o poder de adivinhar.

10 de setembro de 2008

CAOS-ANDO

Ser de esquerda nem sempre descamba para política. Sou canhota por hábito, opção pelo avesso das coisas. Já a mancha rubra no dedo indicador esquerdo é de nascença. Pulseira de prata também, presente do meu enamorado em dia especial. Ele também usa em sinal de comunhão. Minhas unhas longas devo cortar, pois estou reaprendendo a tocar teclado. Aquariana com ascendente em Áries talvez se caracterize pelo vanguardismo abstrato com ousadia teimosa. Acho que minha timidez se justifica por preguiça. Penso muito e certas convenções sociais me cansam. Já raspei a cabeça em momento de fúria. Foi melhor do que cortá-la. Durmo demais e demenos. Viro a madrugada, quando posso. Crio música. Faço cores, colagem. Fotografia do inusitado. Dança e caminhada. Ócio bebido com cerveja. Oração secreta quando vem a ameaça de perigo. Espiritualizada? Observo antes de servir. Sou taquicardia pura quando traída pelo amigo. Surrealiso no jogo de palavras. Incompletude. Pernas inquietas, o balanço é feio e frequente, confesso. Finco canto de boca quando fico com raiva. Quebra de gelo. Medo de nado. Prefiro a tarde. Sem despertador. Filmes na mente. Histórias por fazer. Livros a ler em primordial, se publicar não sei. Prestes à formatura. Conflito materno, brigo e apaziguo. Só uma avó viva ainda. Miopia. Tendência para engordar, mas só a barriga. Viagens me dão um gás. Desaprendi matemática. Sem comida pesada. Mensagens de celular são melhores que falar. Já recebi buquê de flores em dia péssimo de aniversário e me mantive péssima. Chamaram-me de senhora. Tenho sorte. Assaltada. Sem cólicas menstruais. Arredia. Namoradeira. Voz grave. Bem educada. Aprecia solidão. Mal atende telefone. Óculos de grau e escuros. 1cm a menos em perna direita. Leve escoliose. Nunca praticou exercícios físicos por mais que 3 dias. Neologista. Mais britânica que brasileira. Aprecia exotismos. Amigos gays. Mente aberta. Vacinada. Sem filhos. Optaria por menino. Quero criar um gato. Preciso ir à praia. Suo pouco. Tomo suco. Mania de perseguição. Abraço mais que beijo. Lentidão. Revolta sem tamanha causa. Pessimista. Olheiras. Crises de riso. Ciúmes. Generosidade. Incertezas. Uma vida. Toda pela frente. Ente querida. Amém! Doada.

28 de agosto de 2008

Síndrome Disfólica

Sala de espera em consultório gineco-lógico. Muitas velhas falantes a compensar falta de sexo com nexos circuncisivos. Outras folheiam revistas. Se tem outro algo que me irrita é o ar-condicionado forte, além dos olhares de esguio.

Há um quadro tão bonito à minha frente! Uma moça alva envolta em roupão florido a escrever numa espécie de livro, talvez um diário. Os cabelos partidos ao meio em tom acastanhado se misturam à cor da colcha e almofadas onde ela se de(lê)ita. Nada mais feminino. Enigmático.

Sinto-me assim, só que ao invés de estar enleada às flores desenhadas nos lençóis, descrevo sozinha minhas impossibilidades como mulher. Quero tanto e não sei o quê. Tenho a impressão de que a felicidade ainda restante em mim se inunda de medo.

Amo, mas agora de pouco abdico. Sou tão indivi-dual que quando me extendo no outro me modifico, fico arraigada a ele feito lodo escorregadio. Estou e não estou. Contida, encontro o inimigo. Este se esvai, imaginário. Ríspida sou com quem amo. Defesa. Represa para líqüidos que emprenham a libido. Desconcentro no positivo, meu polo é negro.

Não quero ter filha porque já sou. Quero filho para daqui a uns vinte anos. Nada de prender seres por nove meses na barriga, basta meu rei lá habitando, importunando dores com seu cajado no meu ego. O tempo vai recau-chutá-lo para então dar vazão à vida. Ainda dói no estômago, ácido âmago. Amargo ímpeto de assumir e cobrar-me a todo instante. Espelho embaçado. Ando respirando muito, em fogo ofegante. Entre um sufoco e outro, um estravazo.

É o sangue que brota no útero e que se esvai. O mês me marca, o ano passa rápido felizmente demais.

19 de agosto de 2008

ESFINGIDA

De aparente mau-humor e arrogância, oculto sorrisos e uma timidez dissonante no peito. Quase tudo me arde, portanto, quando explodo, bebo a vida em gargalhos de garrafas com muita sede. Deleito com a história dos outros, com os invulgares poetas, agradando-me da força dos vividos que não me reclamam falsas paisagens. Proféticas?

Dotada de uma predisposição ferrenha à preguiça, agito almas quando canto, em contraponto. Não relaxo. Sofro de síndrome das pernas inquietas. Corro esquisito. Sou canhota, mas direita moça.

Eu me literaturo, mas prefiro a mescla de todas as artes, sem deixar de saborear a vida dos loucos por outras bocas. Meu senso é non assumido. Só sumo às vezes para reparar um pouco no sagrado.

Respeitando o meu tempo, posso aprender o novo muito rápido. Sirva-me um destilado, um deste outro, que me sinto bem. Sento pelos cantos para ter a visão do todo no espaço. Sirvo ao universo doando e condoendo liberdades.

Leia meu livro pouco falado, que ensinuo o resto no colorido desses gestos tal porta-retrato. A indigestão é por tua conta. Boa sorte aos amigos e boa morte aos condenados!

14 de agosto de 2008

LAVA

Sempre me relacionei com monstros humanos. Acuada, passei boa parte da minha infância inventando amigos e a maior parte da adolescência criando namorados. Platonismos repercurtidos em cativeiro casto. Isto porque todos os meninos considerados normais, pelos quais me interessava, sequer olhavam para mim. Dos colegas de classe, com poucos conversava. Poucos, na verdade, é que tinham classe ou bom gosto poético. Por isso eu preferia a solidão do amplo quintal da primeira casa onde habitei com meus maus hábitos. As plantas me pintavam o olhar de esperança, aquele cheiro de terra refrescada pela brisa me inundava de alívio. Minha mãe, que passava o final da tarde e início da noite molhando a grama, dizia que não podia enxaguar os viçosos vegetais enquanto o sol estivesse batendo por ali. Assim, vésper e demorada nos cuidados, evitava deixarem-se crispar as plantas, muitas ela ressucitava com adubo novo.

10 de agosto de 2008

Ela que sou eu

Aquariana com ascendente em Áries. Tez alva, olhar distante e arzinho blasé. Loira de cabelos crespos, íris esverdeadas e boca bem desenhada que canta, palestra, mas silencia bem mais. Possui bom ouvido para música, boas conversas. Três furos nas orelhas para brincos, sendo dois na esquerda. Canhota com destreza para trabalhos manuais. Unhas longas, inquebrantáveis. Míope, usa óculos, evita-os quando há maquiagem. Nunca usou blush ou rouge, tem as maçãs do rosto natualmente rosadas. É sardenta nas costas. Ainda não dirige, anda de ônibus e pega carona com amigos. Usa pouco vestido, prefere calça jeans, tênis e camiseta.

Gosta do preto, da prata, da chuva, da lua, mas sonha colorido. Lê filosofias, observa bobagens. Mística, já viu sol inflando e se pondo à meia-noite. Tem crises de riso de vez em quando. Gosta de voar de avião e de imaginação mais do que tudo. Almeja trabalhar em casa e ter um PC de uso exclusivo. Faz freelas para descolar uma grana. Mexe com linguagens. Mal vai à praia, só que quer ter casa lá um dia. Não pensa em filhos, prefere gatos e cachorros a criar. É generosa, gosta de ajudar. Irrequieta nos pensamentos, necessita se organizar. Precisa de um empurrão às vezes para começar. Pura preguiça intelectualóide aguda.

Aprecia o que vem da Irlanda, pretende ir para lá. Costuma conversar em inglês consigo mesma. Ouve MP3 na rua. Interessa-se pelo teatro. Tem um lado performático implícito. Já foi mais tímida, usou aparelho nos dentes e teve uma porção de amores platônicos na escola. Depois que emulheresceu, deu para namoradeira. Opta por andar longas distâncias solitária quando triste. Está inserida no mundo do Rock sem tamanhas pretensões ou incursões psicodélicas. Cursa Letras, falta pouco para se formar, talvez siga professora. Alcoólica bate papo melhor. E dança bem. Vai ao cinema só quando dá vontade. Fuma raramente. Gosta mais de estranhos hoje que antigamente, também estranha era. Fala em 3a pessoa agora para mascarar estas profecias. Dizem que está feliz, tocando suas artes múltiplas até atingir mais orgasmos bem acompanhada. É que a vida a chama, a chama toma seu corpo, uma afogueada completa.

Ela vai, corre, impacienta, depois dorme de cansada sobre a pança. Acorda, tem fé no taco, no Tarco e quando se pesa dá 54kg. Tem perna direita mais curta alguns cm, acha ter sido abduzida na cama, introjetaram microchip nela. Não é alta, mede 1,62m dos pés à cabeça, mais alguns metros de alma. Adora conhecer gente que a povoe de novas descobertas. Chega com jeito, que ela se agrada. Detesta qualquer cerimonialismo, embora faça cerimônia até para pedir um copo com água. Expressa-se com mais verdade perto do informal. Ela vai dominar o mundo e ainda te convidar para uma partida, vai ver... Muito prazer, encantada!

5 de julho de 2008

55

Fiquei um tempo a mais na cama, esperando algo despertar em mim para que eu levantasse de pronto e disposta a dar um bom abraço no aniversariante de hoje. Ele merece tanto, porque me dá tanto, que eu fico até sem graça por não ter algo material a simbolizar minha gratidão por completo, um presente que o pusesse a sorrir bem recompensado.

Preparei o espírito e caminhei até a sala, para perto do seu sofá dileto. E lá estava ele em seu cochilo, um livro ao lado, no chão, com seus óculos para perto sobre a capa colorida. Fiquei receosa por um minuto, voltei ao meu quarto. Depois, decidida, fui lhe falar, aproveitando o momento a sós. Cotucões com a voz o fizeram erguer-se solícito a me contemplar, então o abracei forte com corpo e palavras. Disse que o amava, que o amo, desejei que este novo ano somado às suas experiências lhe propiciasse mais perseverança nos atos, alegrias. Ofertei-lhe canções, em seguida. Um singelo CD com alguns álbuns de música popular.

Se tenho bom gosto musical, devo isto ao meu melhor amigo. Discos, sonoridades, coleções entremeando nostalgia, culturas de gerações passadas com uma mescla de futuro promissor a mim, uma mulher bem formada, mas ainda em maturação constante, pela educação propiciada, livre, diria até abençoada. É certo que nos tempos de hoje, citadinos e fugazes, mal se peça a bênção aos genitores porém, hoje, dia 5 de Julho, a meu pai menino de 55 anos renderei graças.

Sim, meu pai talvez não demonstre a idade na aparência porque sempre o seu bom espírito o rejuvenesce. E ao contrário de lhe pedir, hoje quero lhe render bênçãos, benesses e mais vida, tudo isso porque ele me ajudou a vir ao mundo e a conhecer mundos novos no ser humano.

19 de junho de 2008

in 'A Paixão Segundo G.H'



"Enfim, enfim quebrara-se realmente o meu invólucro, e sem limite eu era. Por não ser, era. Até ao fim daquilo que eu não era, eu era. O que não sou eu, eu sou. Tudo estará em mim, se eu não for; pois 'eu' é apenas um dos espasmos instantâneos do mundo.

Minha vida não tem sentido apenas humano, é muito maior - é tão maior que, em relação ao humano, não tem sentido. Da organização geral que era maior que eu, eu só havia até então percebido os fragmentos. Mas agora, eu era muito menos que humana - e só realizaria o meu destino especificamente humano se me entregasse, como estava me entregando, ao que já não era eu, ao que já é inumano.

E entregando-me com a confiança de pertencer ao desconhecido. Pois só posso rezar ao que não conheço. E só posso amar à evidência desconhecida das coisas, e só me posso agregar ao que desconheço. Só esta é que é uma entrega real".


Clarice Lispector

10 de junho de 2008

ÍRIS RASGADA


Desóbvia, brotei da desova de sereias para cantar histórias profundas. Quem não se afoga nelas é porque pássaro se fez pelos ouvidos.

Meu silêncio planta bananeira e, quando sem eira, dá bananas para os imorais mortos de fama.

Experiencio no álcool, na conversa com humanos há anos. Luz? Tenho própria, satélite natural de mim, brilho nos olhos ante as novidades.

Dia desses vi dançar estrela na cadência de um rock progressivo e sonhei com meus vinis tais anéis de planetas distantes. Eles se foram, restaram meus dedos. Soturnos sometimes.

Hoje toco teclados, um soa feito trilha sonora de filme Sci-Fi e o outro mais parece máquina de escrever, só que virtual. De virtuose, tenho a intenção. Esta é boa porque comunica. Tenho espaço, sou grata e sideral, literal e literária.

Mel, o dia, a do contra, o que dança.
Eis o meu espírito limpando a vista para ver melhor depois do ocaso. E não por acaso, você me encontra por aí, numa espécie de Deja Vù ancestral.

27 de maio de 2008

Cara pulsa

Não esperem de mim a carapaça da alegria em razão do meu sorriso fácil, nem aquela melancolia profunda, nem o mais ácido sarcasmo. Eu sou justo um somatório destes inusitados no sanatório de loucos indecifrados correndo de um lado a outro aos gritos e trancos. De barrancos já caí, porque demais me dei para os trancados.

Mas não pense que vou te dar além do alento, nem vou exigir. Meu bem se esgota à gota e mina meu sim. Faça uma força, torça contra o inimigo, não faça média, arrisque uma grande. Ninguém vai precisar de si no fim...

Sinta-se desconvidado a vestir minha carapuça. Nasci nua em um mundo cheio de más caras. Sou, portanto, a boa pervertida que verte bla-blá-blás fêmeas aos machos necessitados de prazer espiritual. Não vim para jogar, apenas palavrar sensações, para lavar a roupa da sinhá-vida-moça.

18 de maio de 2008

Serei este ser metamorfo e social cheio de dúvidas e vazios necessários. (Silêncio)
Completude é momento, movimento é inconstância.
Tal a Lua, prefiro ter de me submeter ao Sol iluminando em parte a noite, que permanecer no total obscuro.
Sensível me ponho não por virtude, mas por falta da cura nesse mundinho pesado, que de tanto quicar, achatou-se nos polos sem mais surpreender ou inovar. Peles se crispam no prazer ou no racismo. Sexualidades se regozijam ou se deploram. Mentalidades comungam ou extrapolam.
Tudo isso porque o ser humano é pouco.
Nada cala porque muito chora. (Som)
Lembra da primeira reação ao caíres para fora de um útero?
Então aguarde-a também para o final.

Ser circular enfada também e eu não vou repetir o erro feito um cachorro louco correndo atrás da própria cauda.
Antes fôssemos linearmente infindos, que quadrados óbvios.
Jogue o dado para cima e deixe cair um número.
Ímpar, porque parcial não hei de ser sem rosto.
A minha liberdade só é vã pelo saber.
Ingenuidade é a real sabedoria.
O muito conhecer só atormenta.
Se eu fosse agora árvore ou criança saberia definir felicidade com a mesma precisão que o vento.
O ignorante é quem de fato vive sem se dar conta do perigo.
Idéias matam. Mas eu sobrevivo.

28 de abril de 2008

Floreu


Não sei o que é conhecer-me. Não vejo para dentro.
Não acredito que eu exista por detrás de mim.


Nem sempre sou igual no que digo e escrevo.
Mudo, mas não mudo muito.
A cor das flores não é a mesma ao sol
De, que quando uma nuvem passa
Ou quando entra a noite
E as flores são cor da sombra.

Mas quem olha bem vê que são as mesmas flores.
Por isso quando pareço não concordar comigo,
Reparem bem para mim:
Se estava virado para a direita,
Voltei-me agora para a esquerda,
Mas sou sempre eu, assente sobre os mesmos pés –
O mesmo sempre, graças ao céu e à terra
E aos meus olhos e ouvidos atentos
E à minha clara simplicidade de alma...


O quê? Valho mais que uma flor
Porque ela não sabe que tem cor e eu sei,
Porque ela não sabe que tem perfume e eu sei,
Porque ela não tem consciência de mim e eu tenho consciência dela?
Mas o que tem uma coisa com a outra
Para que seja superior ou inferior a ela?
Sim tenho consciência da planta e ela não a tem de mim.
Mas se a forma da consciência é ter consciência, que há nisso?
A planta, se falasse, podia dizer-me: E o teu perfume?
Podia dizer-me: Tu tens consciência porque ter consciência é uma qualidade humana
E só não tenho uma porque sou flor senão seria homem.
Tenho perfume e tu não tens, porque sou flor...

Mas para que me comparo com uma flor, se eu sou eu
E a flor é a flor?

Ah, não comparemos coisa nenhuma, olhemos.
Deixemos análises, metáforas, símiles.
Comparar uma coisa com outra é esquecer essa coisa.
Nenhuma coisa lembra outra se repararmos para ela.
Cada coisa só lembra o que é
E só é o que nada mais é.
Separa-a de todas as outras o facto de que é ela.
(Tudo é nada sem outra coisa que não é).


ALBERTO CAEIRO

9 de abril de 2008

Call me Lola rocks, I'll Rock you, baby!

Sou um relógio programado para acordar mais tarde. Sem confetes, apenas vespertina, embora tenha nascido em manhã carnavalesca. É sério, cesária, a 16 de fevereiro de 1985. E chovia e chovia, enquanto eu chorava, toda profana em meu enterro do avesso, uma blasfeminina com o sexo exposto à fama: - Bem-vinda à vida, señorina Benevides Paola!



Carrego alguns tiques na fase lunar. Às vezes fico à míngua quando sangro, depois cresço, então me renovo do nada e fico de cara cheia. Desapareço detrás das nuvens de novo. Daí vem meu despertador, que se encaixa bem no punho esquerdo, avisando: canhotismo virou intérprete agora! Em latim, esquerdo é sinistro, sinônimo de sombrio. Em francês, é gauche, desajeitado. Em italiano, mancino é o mesmo que desonesto. No Brasil, canhoto é um dos nomes do demo. E olha que não acho coisa ruim de todo, quem me conhece que me compre bem caro, cumprimenta-me a mão destra e vê quem eu sou na força do apertado!

1 de abril de 2008

Si


NÃO CONFIE
NEM NO PIOR
DE SI MESMO.

DÊ O SEU MELHOR
PARA SI,
SEM LIGAR
PARA O SIM
DOS OUTROS.

22 de março de 2008

15 de março de 2008

Paro Dia sem Motivo

EU CANTO
PORQUE O INSTANTE EXIGE
E ESTOU INCOMPLETA.
ALEGRO, MAS SOU TRISTE.
E... POETA?

Irmã das coisas fugidias,
sinto gozo e tormento.
Atravesso madrugadas ao relento.

Se desmorono ou se é difícil,
se prevalesço ou me desfaço,
- não dei, sã sei.
Nem sei se finco meu passo.

Sinto tanto, coração profundo.
Tem sangue entorno da asa vitimada.
E um dia a lei diz que estraguei o mundo:

- facada.


*Apenas um estrago no poema de Cecília:
Clique para Ler "MOTIVO"

3 de março de 2008

Não adianta. Atrasa.

Detesto quem me lê e quem me não sabe ler mais ainda. Julgam tudo verdade absoluta como se eu fosse a deusa com língua de cobra. Mais fácil ter serpentes vivas na cabeça que papas bom samaritanos dentro da boca. Bala Halls of fame, a fama que pouco tenho e já me mata à queima-roupa, à queima-língua. Eu sou uma trouxa a ser lavada.

E podendo segurar minha mão e dizer para os olhos o que se passa, preferem confiar no meu verbo distorcido tal roupa suja n'água, deixando passar essas letras quentes às vistas feito fumaça de sopa incapaz de curar ressaca. Um caldo frio é o que eu sou, um gato escaldado que se matou com a curiosidade dos outros. Escrevo para mim mesma e minto na ficção de ser o que bem entender. "Quem diz que me entende, nunca quis saber."

21 de fevereiro de 2008

Cantiga de amigo a maldizer

Não, nós não fomos gêmeos em outra época. Nós fomos almas siAMEsas em era passada. Agora o presente aperreia e nem dizemos (quase) nada sobre isso, a não ser com os olhos. Os mesmos gostos temos, frio ou salgado. Adivinhamos pensamentos como quem vocaliza a canção de cor. Percebes meu pesar, amigo? Os rostos ruborizam, esquentam quando trocamos o convencional beijo no rosto. Ah, colhêr daquele doce quereríamos, arrancar fruta do pé! Mas é maçã proibida, alvo de cuspido e escarrado anjo. Melhor nem meter a colhér. O caldeirão pode virar em feitiço sobre mim, sobre-humana corro, pobre diaba a ocultar os fatos em PATHOS de dor ruim. Se eu pudesse compartilhar, meu peito seria menos comprimido. Mas é melhor eu deixar que o convencional me ame, porque a sociedade massacraria o sacro amor. Dizem ser profano o verdadeiro, por isso ardo!

1 de fevereiro de 2008

Tranca Afiada

Ninguém precisa saber, é certo. Ao certo nem eu sei do que se trata. Uns já disseram para me tratar, porque me destrato muito às vezes. Só que psicologia para mim há de ser auto. Auto tal o eexame das mamas. Não creio nas bolas de cristal daquele Freud cheirador de coca e sexo, não respeito seus seguidores a lavarem cérebros de pacientes vidrados. Repressão, depressão, depressa! Pois não tenho paciência para isso. Jung me interessa em suas nuanças simbólicas do universal, embora precise ler mais de sua obra. Yin Yangs pendurados no pescoço, terceiro olho, consciente coletivo, coleta seletiva da calma... Há dias que se extendem no meu desânimo, dentro das cortinas fechadas. Apartamomento soturno. Detesto os raios fortes da tarde devassando a persiana. Meu quarto é quente, proliferador de pirações várias. Mal como, bem durmo, adormeço demais. Fuga? Sim, o real me tira todo o sal da terra oca. Exigências gritam a todos os humanos escravos dessa vida, só que não quero me limitar a um reles emprego, a um concurso forçado, a uma garantia financeira que pouco me satisfará no futuro. Minha arte não lida com rotina, desatina no cerco selvagem de mim. Soul eterna. Dizem a mim que sou criança ainda, que temo a luta, que tenho preguiça de lustrar até as botas da batalha, embora no fundo saiba que tenho muito a ganhar com tudo isso. Meus vinte e poucos anos crescendo e eu redimensionando mundos. Faço o quê, eu me desfaço dessa mania de fim, eu mudo? Posso me mudar para mil casas, mas o casamento não se dá. Não quero companhias tolas, quero comer o começo sempre com o meu leite de moça coalhado.

23 de janeiro de 2008

Zoada de mim

Eu sou caixinha de música sem a bailarina dentro. Minha dança é segredo bem aguardado. Muita gente duvida desse meu lado, mas a pomba gira com meu espírito santo no palco. Sou uma palhaça cheia de melancolia no peito. Egoísta, não dou de mamar ao bem nutrido, deixo doce na boca da criança. Frágil idade moça, a força me eterniza nos obstáculos. Gosto de botas, de cama e de baús empoeirados. Guardo tudo, papel trocado, ingresso, cheiro de chuva. Tenho muita preguiça de comer melado. Quando como, onde por quê? Fico medindo palavras para essa má temática vencer. Meu livro é na cara, bato na capa dura três vezes. E o pênis que se esconde rijo entre as bochechas é meu vermelho nariz laranja mecânica autossintomática. Não vou me repetir. Ficarei longe dos invejosos pobres-diabo a fugirem de minha cruz. Benzadeus!

A maçã é minha cabeça, atirem flechas indígenas pelo contato com a natureza. Camaleônica, mudo de cor. Sou negra, russa, verde, febre amarela, sarará de sangue azul, rio poluído, merda nenhumana, raiva deslavada, voz entrecantante. Mãos de tesouro, onde toco floresce mágica. Não estou me Dolcegabana, eu detesto marcas! Escuta só meu pensamento, ouve sozinho minha canção:

www.myspace.com/oneu2cover

8 de janeiro de 2008

Auto-AstrolOrgia

Ultimamente as únicas coisas que me entusiasmam são o cheiro da minha cadelinha Nina, sentir o pelo amigo dela, conversar entre as cervejas da companhia e passar horas em estúdio, no contato trancado com a música de pessoas-pássaros astrais. Paz é isso, liberdade é som mixado com as cores do interior. Volume mezzo soprando alto. Dentro de mim há tantos planos, talvez menores que o de carnavais já prometidos para 2009. 2008 começa e nem sei se estarei viva daqui para lá, se sozinha ou acompanhada da minha sombra. Alegre? Sorte. De nada sei, a não ser do meu hoje mesmo. Marasmo a esmo! Saio de um aniversário com a mão destra picada por abelha, olhares cortantes de seres com ferrão na língua, saio de um bar com a canhota espedaçada, pela bolsa puxada brusca por uma gangue do lixo. Só roubada, de início. Vivo preocupada, a não ser quando me rendo aos pormenores da Arte, que me bem ocupa, a despeito dos que julguem passar por ócio fácil.


Tanto do que não gosto e tenho de conviver... É aquele amigo chiliquento que ronrona por não ter sido convidado a casamento, é um padre preconceituoso operando discurso reacionário anti-sexual, é meu namorado escancarando a opção televisiva por canais privê e débil Metal, é ele só mente que me lê e condena a exposição do meu nu espiritual. Nem posso me conter. Como alguém além de mim me suporta as nuanças todas? Deve ser amor, amor, como é piegas, se existe. Exigente, gente em exílio de si. Tenho amor pelos meus colegas, os mesmos que zombam da minha ingenuidade acerba. Anéis de compromisso nunca! Tenho amor pelo 8° verso mal declamado por mim e por todas as imperfeições absurdas que me levam a escrever contrita. Oração esta que me atrita com Deus. Lispector me entenderia os ciclos bem, mas detesto a moda literariopata dela. Hist compensa meu onanismo com palavras tortas. American Pie. Às vezes queria sumir do paraíso, fazer sexo com as portas, batê-las com punhos manetas até dar 12 horas. Meia-noite a caminhar em rua mórbida sob a Lua, sem perigos, mas com medo das estrelas grandes de abismo. Sou uma abóbora celeste. Doce, mas tem muita serpente que não gosta. Eu pouco me lixo. Minhas unhas estão enormes por isso. Sou uma bruxa dondoca que nem pega em vassoura, só voa, nefelibatendo palmas em shows de rock perdidos.