23 de outubro de 2012

HABITADA

Lacrimal nenhum fará à natureza
Quando esta se emprenhar de tua reza
Vai brotar a réstia da esperança
Feito um índio a migrar desse planeta

Canoa furada em lagoa mansa

Não vira em maré ao atingir enseada
Amarrado um chocalho no pé
Sobe ao galho sem querer pertencer

O amanhecer não foge à regra

Existir é negra fonte, inesgotável lida
Ao anoitecer em sonho punhado de areia
Faz um bebê amamentar-se do passado  

Ilha pariu uma porção de terra

Sua filha então passou a ser circundada por água
Todos os lados choraram por ela
Bolsa estourou mar em vida.

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