9 de setembro de 2012

ÓSCULO NO ECURO


Ainda estou traumatizada com o golpista
Quis me matar sufocada com aquele beijo
Enfiou sacola na cabeça sem deixar pista
Como ratoeira aguarda mordida no queijo

Faltou muita saliva à minha baba no dente
Afinal a boca tem de ser bem chupada
Percebi que eu esfomeava de repente
Quando era para me sentir incomodada

Mecanismos de ação bactericida
Não nos deixam imunes à nada
Se bem que há boca contorcida
Que parece até lamber calçada

Senti a língua se mexer com certa raiva
O suor foi me prendendo todo o fôlego
Roubo de hálito dá cárie? Não que eu saiba
Mas senti: barbárie de amor é um fenômeno!

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