Uma serenata, quem me fará?
Moro no quinto andar, sou alta.
Traga guindaste, radar e me sequestre.
Tudo em tom grandiloquente, quente e agreste.
Não nasci para louco pouco, frio morto-vivo.
Tem que ter coragem, afinco, mostrar todos os dentes.
Buquê, guitarra, canto, bala e crivo, estar presente.
Atributos robustos a quem me roubará.
A alma? Não. Parte do coração. Partirá?
Porque quando não estou cheia, estou repleta.
De tiros. E aí você terá de me escudeirar.
Bata à minha janela pela madrugada, portanto.
Com aquele silêncio que se pressente em vida.
Venha, mas venha depressa, antes que o sol desponte.
Antes que meu sol poente chore com outro luar.
Antes que eu dê de cara com um poste.
Iluminando meu quarto, me pondo acordada nem que goste.
Eleva-me para outro lugar, além de mim, aquém de muitos.
Deixa eu ouvir os uivos, encontrar meu ser no lobo do homem.
Loba da estepe a lamber suas próprias feridas.
A procura incessante é a cura para tanta fome.
Mas isto quando se encontra as medidas.
Há que atentar para todas as mudanças.
Paladar, cabelos, a dança das minhas cortinas.
É tudo sinal, sina, não cismas.
Agora, pode entrar.
Paola Benevides
Moro no quinto andar, sou alta.
Traga guindaste, radar e me sequestre.
Tudo em tom grandiloquente, quente e agreste.
Não nasci para louco pouco, frio morto-vivo.
Tem que ter coragem, afinco, mostrar todos os dentes.
Buquê, guitarra, canto, bala e crivo, estar presente.
Atributos robustos a quem me roubará.
A alma? Não. Parte do coração. Partirá?
Porque quando não estou cheia, estou repleta.
De tiros. E aí você terá de me escudeirar.
Bata à minha janela pela madrugada, portanto.
Com aquele silêncio que se pressente em vida.
Venha, mas venha depressa, antes que o sol desponte.
Antes que meu sol poente chore com outro luar.
Antes que eu dê de cara com um poste.
Iluminando meu quarto, me pondo acordada nem que goste.
Eleva-me para outro lugar, além de mim, aquém de muitos.
Deixa eu ouvir os uivos, encontrar meu ser no lobo do homem.
Loba da estepe a lamber suas próprias feridas.
A procura incessante é a cura para tanta fome.
Mas isto quando se encontra as medidas.
Há que atentar para todas as mudanças.
Paladar, cabelos, a dança das minhas cortinas.
É tudo sinal, sina, não cismas.
Agora, pode entrar.
Paola Benevides
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