QUANDO ELE DIZ: "Não sinto nada mais ou menos, ou eu gosto ou não gosto. Não sei sentir em doses homeopáticas. Preciso e gosto de intensidade, mesmo que ela seja ilusória e se não for assim, prefiro que não seja. Não me apetece viver histórias medíocres, paixões não correspondidas e pessoas água com açúcar. Só quero na minha vida gente que transpire adrenalina de alguma forma, que tenha coragem suficiente pra me dizer o que sente antes, durante e depois ou que invente boas estórias caso não possa vivê-las. Porque eu acho sempre muitas coisas - porque tenho uma mente fértil e delirante.Quero grandes histórias e estórias; quero o mais, o demais ou o nada. Não me importa o que é de verdade ou o que é mentira, mas tem que me convencer, extrair o máximo do meu prazer e me fazer crêr que é para sempre quando eu digo convicto que 'nada é para sempre'."
26 de agosto de 2011
Empatia com Garcia Márquez
22 de agosto de 2011
ALARDE
Sensação de cedo.
Em mim, poderia ser mais tarde.
Mas sem medo.
Antes logo do que nunca.
O depois é covarde.
A ele, não deixo nada.
Viver de punhado é desleixo.
Quero tudo e quero para ontem!
Sem morrer de passado.
Paola Benevides
Em mim, poderia ser mais tarde.
Mas sem medo.
Antes logo do que nunca.
O depois é covarde.
A ele, não deixo nada.
Viver de punhado é desleixo.
Quero tudo e quero para ontem!
Sem morrer de passado.
Paola Benevides
17 de agosto de 2011
Microconto a criar asas
Borbolete-se, Crisálida!
Veja as outras contra a luz, querendo brincar de adoleta-russa, já todas grisalhas...
A borboleta é considerada um símbolo de ligeireza e de inconstância, de transformação e de um novo começo. A psicanálise moderna vê na borboleta um símbolo de renascimento.
- No Japão a borboleta é um emblema da mulher, por ser graciosa e ligeira. A felicidade matrimonial é representada por duas borboletas (masculino e feminino). Essas imagens são muitas vezes utilizadas em casamentos. Também são vistas como espíritos viajantes que anunciam a morte de uma pessoa próxima quando aparecem. A metamorfose das borboletas é simbolizada como: a crisálida é o ovo que contém a potencialidade do ser; a borboleta que sai dele é um símbolo de ressurreição. Também pode ser vista como a saída do túmulo.
- O termo grego psyche tinha dois significados originalmente. Um deles era alma e o outro borboleta, que simbolizava o espírito imortal. Na mitologia grega, a personificação da alma é representada por uma mulher com asas de borboleta. Segundo as crenças gregas populares, quando alguém morria, o espírito saia do corpo com uma forma de borboleta.
13 de agosto de 2011
E EU? UMA PEDRA.
Eu, por tantas vezes impenetrável, porosa pedra no caminho dos que se deixam guiar pelas aparências. Mas preciosa nas mãos de raros. E, dessas mãos, conto nos dedos. Deixo olhares petrificados ante o meu precipício. Drummondiando, sigo, mesmo que parada.
És raso. Prefiro ser paralelepípedo ao me jogar na tua cara, morta por apedrejamento com jóias falsas. Tu, um rio que só ri por tudo por falta de nado. Nada à toa me fará rolar. Precisas de muito treino: tiro ao alvo, para me acertar. Já ando bem lapidada no peito, se é que isso te valha.
Paola Benevides
11 de agosto de 2011
Pediram para eu me calar ao contrário hoje
- "O silêncio que aceita o mérito como a coisa mais natural do mundo constitui o mais retumbante aplauso".
-
- - The silence that accepts merit as the most natural thing in the world is the highest applause.
- - The silence that accepts merit as the most natural thing in the world is the highest applause.
Não sei o que é mais incômodo: os outros se incomodarem com o fato de eu, às vezes, ser silenciosa, ou o meu próprio desconforto ante o que certas pessoas pensam em relação ao meu silêncio. Pode ter sido um repuxe de simpatia, uma tentativa de entrosamento por parte do verborrágico que me abordou em meio a outros igualmente falantes, mas não me agradou expor minha pouca fala a todos. Por que as pessoas não refream suas línguas ou, pelo menos, respeitam meus momentos calados? Quando mal conheço, mal converso, sou do tipo de flor que abre devagar, especialmente tratando-se de um grupo com cinco pessoas quase senis, dos quais a grande bagagem compartilhada aprazia-me ouvir um tanto mais, em meio a muito trabalho a ser concluído em quase três turnos. O labor de um revisor, especialmente, exigia o oposto da conversação: a leitura atenta e a correção.
8 de agosto de 2011
TOCATA E FUGA
Uma serenata, quem me fará?
Moro no quinto andar, sou alta.
Traga guindaste, radar e me sequestre.
Tudo em tom grandiloquente, quente e agreste.
Não nasci para louco pouco, frio morto-vivo.
Tem que ter coragem, afinco, mostrar todos os dentes.
Buquê, guitarra, canto, bala e crivo, estar presente.
Atributos robustos a quem me roubará.
A alma? Não. Parte do coração. Partirá?
Porque quando não estou cheia, estou repleta.
De tiros. E aí você terá de me escudeirar.
Bata à minha janela pela madrugada, portanto.
Com aquele silêncio que se pressente em vida.
Venha, mas venha depressa, antes que o sol desponte.
Antes que meu sol poente chore com outro luar.
Antes que eu dê de cara com um poste.
Iluminando meu quarto, me pondo acordada nem que goste.
Eleva-me para outro lugar, além de mim, aquém de muitos.
Deixa eu ouvir os uivos, encontrar meu ser no lobo do homem.
Loba da estepe a lamber suas próprias feridas.
A procura incessante é a cura para tanta fome.
Mas isto quando se encontra as medidas.
Há que atentar para todas as mudanças.
Paladar, cabelos, a dança das minhas cortinas.
É tudo sinal, sina, não cismas.
Agora, pode entrar.
Paola Benevides
Moro no quinto andar, sou alta.
Traga guindaste, radar e me sequestre.
Tudo em tom grandiloquente, quente e agreste.
Não nasci para louco pouco, frio morto-vivo.
Tem que ter coragem, afinco, mostrar todos os dentes.
Buquê, guitarra, canto, bala e crivo, estar presente.
Atributos robustos a quem me roubará.
A alma? Não. Parte do coração. Partirá?
Porque quando não estou cheia, estou repleta.
De tiros. E aí você terá de me escudeirar.
Bata à minha janela pela madrugada, portanto.
Com aquele silêncio que se pressente em vida.
Venha, mas venha depressa, antes que o sol desponte.
Antes que meu sol poente chore com outro luar.
Antes que eu dê de cara com um poste.
Iluminando meu quarto, me pondo acordada nem que goste.
Eleva-me para outro lugar, além de mim, aquém de muitos.
Deixa eu ouvir os uivos, encontrar meu ser no lobo do homem.
Loba da estepe a lamber suas próprias feridas.
A procura incessante é a cura para tanta fome.
Mas isto quando se encontra as medidas.
Há que atentar para todas as mudanças.
Paladar, cabelos, a dança das minhas cortinas.
É tudo sinal, sina, não cismas.
Agora, pode entrar.
Paola Benevides
2 de agosto de 2011
Amor dá alçada
Com o coração ardendo, indo,
Vou tentar seguir o meu destino.
Um desatino só esse desalinho
Com que penteio minha coragem.
É quando afagas meus cabelos que viro Sansão,
Sã que não sou.
Dou margem a qualquer vento crespo ou alísio,
Mordendo suave. Finco-te os dentes-de-leão e
No sopro que me quer a vida leve.
Se quiser me levar, avise para onde,
Esconde só todos os mapas.
Vem munido de canção,
Que eu componho rima aos montes.
Sina de querer melodia toda noite, mel ao centro da lua.
Comer as metades da laranja feito pão amadruguecido.
Encher o bucho de amor, porque só comida insustenta o ser.
Há de se vir e de se ver muito ainda: hei de me ter com asas.
Hei de te ter com trevos, pousado no verde desse amadurecer.
Paola Benevides
Paola Benevides
1 de agosto de 2011
Um momento de sonho real
Acordei extremamente apaixonada depois de um sonho, como a primeira vez em que me vi assim, real e platônica ao mesmo tempo, julgando ser tudo, acreditando ser nada. Aguentando calada o estrondo do beijo que recebi às costas, a efeverscência dos olhares e lugares nunca dantes navegados por este corpo que vos fala, habitando o tempo talvez pelo espírito. Magnetismo que só posso comunicar entre dentes, por mais que a pele dilate e escancare todo meu desejo. Irrequieta, a fim de correr todos os riscos, sem ser vista, ao devassar paredes amarelas, sem deixar de esfregar o meu vermelho na cara dos que não me sabem proporcionar isso direito. Isso de ser livre estando presa. Isso de pegar a vida em calças curtas roçando em justa saia, de surpresa. Estou arriada, mas não de quatro ainda.
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