29 de junho de 2011

Reciclada

Antigamente, era guiada por passos de vira-latas. O preto rasgado das noites, os uivos em bafos de lixo. Olhos vermelhos de uma lágrima ácida. Caminhadas perdidas. Agora, gosto de não me sentir, porque não sou, sacola plástica ao relento. Releio a vida. Sou sustentável quando embalada pela canção dos sentimentos, em especial, dos que me impelem a paixões menos dilacerantes, menos armadas, como a de me perceber acolhida no abraço de uma querida visita inesperada e o perfume então se instalar na roupa feito lembrança de um futuro limpo. Com lavanda nos lençóis aquecidos, com nova vista da varanda. Por hora, cada cor está sendo bem vivida.

Um comentário:

Jânio Lima disse...

A grande necessidade de uma reciclagem espiritual é sempre bom é a chamada LIMPEZA DE CHAMINÉ feita pelo psicanalistas. Abraços!