16 de novembro de 2010

Temporã

Confusa, diante do relógio paro.
Parada, furo raro compromisso. 
Perco o último parafuso-horário.
Mas quem se importa com isso?

Perto de hoje, o que é amanhã?
Por eu não ser sã foges de mim.
Ontem já passou, quem sou eu?
Um novo rosto envelheceu enfim.



O ponto alto está acima, no sol.
E pontual está em cima da hora.
Agora na lua coberto de lençol.

Sem tempo inteiro para sua vida.
Desdobra-se em braços abertos:
Dois ponteiros apontando a saída.

2 comentários:

Marco Antônio de Araújo Bueno disse...

Parece singelo. Só parece. Leio pouco seus poemas-poema, Lola. A sua proesia é tão torrencial que não dá tempo!
Beijos deste teu paga-pau de sempre

Aíla Sampaio disse...

Gosto da tua força expressiva, da tua autenticidade. Beijo, Aila