Arthur Rimbaud disse: “Já cheguei ao limite da minha linguagem. Agora são as mulheres, quando souberem escrever”. Elas desvendam coisas que o homem não atinge, estão mais perto de uma cortina que se abre.
A mulher consegue entrar no labirinto e sair melhor dele.
O que tenho por dentro é o importante. As mulheres fomentam esse deslumbre em relação à imagem, é triste, é passageiro – porque tem a velhice, a morte... Temos de ir às nossas cavernas, explorá-las enquanto o pensamento está poderoso ainda e deixar de lado a futilidade. Mulheres morrem nas clínicas de lipoaspiração! Vão ler! Vão estudar! As mulheres são muito mais importantes do que pensam. Perdemos um tempo enorme com essas lojas, essas vitrines. Passo aqui perto de casa, vejo os manequins todos sem cabeça e percebo que está certo: quem pensa muito em moda não pensa mesmo.
Pra que cabeça?
Lygia Fagundes Telles
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