Pulei muro em sonho, escalei andares de prédio. Sempre fugindo, sempre fugindo. São estes os meus recorrentes do sub. Quando não é fera correndo atrás, é homem ruim trajado de alguma autoridade. Contudo sempre escapo, sou safa ao bater portas na cara, faltando pouco para o desconhecido me devorar. Daí me vem a sensação de cair da cama e acordo como se meu espírito voltasse pra dentro. Por que? Quando era criança, minha mãe dizia que eu estava crescendo. Mas e agora? Ouço de especialistas que o corpo só se expande até os 21 anos. Já passo disso, minha cronologia está de bom tamanho.
Livre sou em sonhos como todos, creio. Gosto de voar, nado sereiamente bem também, embora na realidade o meu pavor de afogamento me sufoque em qualquer piscininha mais ou menos funda. O que explica? Traumatizo e almejo aprender a nadar, por fim. Só não sei quando. Pressinto que devo me jogar mais ao profundo. É, acho que encontrei a tradução pra isso, sair da superfície de ser. Ser mais em mim ou ao menos começar a imaginar que sou um peixe sem tanto medo d'água, fora dela. E então, quando adentrar, poderei respirar o novo como se já me fizesse parte há um bom tempo.
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