17 de agosto de 2013

NINFÁCEA

Minha piscina, por tanto lodo acumulado entre eras, está lotada de Lótus. Ela me propõe um mergulho até suas raízes mais profundas, a ensinar o vislumbre além do róseo das pétalas. Meu corpo de peso pétreo, em posição meditativa, submerge pouco a pouco, em busca do equilíbrio. Olhos fechados e silêncio. Um batismo natural feito especialmente para o homem crente no Deus que habita em si. A respiração, de tão calma, fez-me guardar ar o tempo necessário para ir e voltar de dentro. Um parto novo de mim em crescimento eterno. O topo da cabeça troca luminescências com o sol. Os pés, com o solo, tateiam uma posição de retidão agora. Mãos atadas em frente ao peito, na colheita de afetos que se abrem a cada dia. Gratidão pelas virtudes aprimoradas: discernimento e paciência. Compaixão pelos que sofrem. De toda dor se tira proveito. Aproveito para dizer o quanto sou e aceito do muito que tu és. Venho à tona com o tônus espiritual a desabrochar. Estou em paz. 

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