20 de julho de 2012

INEBRIANTE


à D.


Teu perfume perfura todos os instantes
Atravessa o lume bruxuleante dos castiçais
Arranca pólen, lençóis e torrentes
Não sais de banho em corrente nem com aguarrás!

Impresso à carne, ao cerne da minha questão
Elabora vertigens com o dedo apontado à lua
És criador e criatura em tua prestidigitação
Desfaz o medo através do amor maior

Teleguio-me pela ação do teu olor, meu favorito
Ornado em cor de sensações primaveris
Sobrepostas em estantes: frascos estonteantes
Feito rito de passagem, sigamos sem gris ou nós

Só seremos livres entre os sóis pintados nas telas
A sós com o quente da alma e o bem ao nosso redor
Havendo entressafra de jasmins, produziremos velas
Da aromática dos amantes, os querubins sabem de cor

Nenhum comentário: