Por que fazermos pouco dos loucos nas ruas se o muito das nossas almas anda sem lares? Para que enchermos as caras em bares se viramos latas contendo altíssimo teor de vazio? Leia só por que eu não me rio da desgraça alheia. Por que eu não me sinto alheia a isso? Sou tão humana quanto a rainha, a fauna, a fome e a hora ganha dos achados e perdidos. Vejo tanta fé tacanha em jesuses que não fazem jus ao que prega o Deus de dentro de si. Cruzes!
Ao invés de partilharem o pão, partem coração, lambuzando-se em nãos requintadíssimos. Por qual desarrazoada razão o mundo cai assim? Sinto a comoção do medo: é um abismo. Lançam mão de querer saber da própria essência, aplaudindo ausência sem o menor ritmo. Música alta virou disfarce ruim para barulho de pensamentos que não conseguem conversar. Nem convencer que são tão portentosos quanto seus carros, caros amigos dos status unidos. Buzinas deveriam ser refreadas por esses cavalos de pau que se supõem os homens-máquina. Acidentalmente, cá estamos nós barroando com o destino a arrancar vidas dos que sorte não têm.
Amém, amem ou não!
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