O escuro me revela o quanto posso dormir sem estar desacordada. O acordo foi feito entre as cortinas e a janela. Basta fechar os olhos então e fingir que respiro, a certificar anjo da guarda que não estou morta. Já teve vezes em que eu queria vagar com meu espírito além das oito horas definidas pelo sono. Surge um pretume onde não deveria estar: na cabeça colorida de meu sonhatório original. Daí, levanto numa espécie de sem-querer-chegar. O corpo sua, afundado na piscina da memória. Colchão retalhado pela presença invisível dos ácaros. Essa realidade desmotiva fácil feito canção de ninar sobre vermelho, laranja, amarelo, verde, azul, anil e violeta. Só quem pode apagar meu arco-íris é o tédio. TÉDIO tem remédio? Nem estou doente, mas dai-me um pote de ouro! Ao TÉDIO dedico ódio. Assim, brotam-me as maldades. Se eu pudesse matar, mataria aos montes, detrás dos montes, para ser vista pelo plexo solar. Porém, meu instinto é liberado da cadeia ao criar. PANACÉIA.
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