30 de dezembro de 2008

Há de surgir uma estrela no céu cada vez que eu sorrir
Há de apagar uma estrela no céu cada vez que eu chorar

O contrário também pode acontecer de uma estrela brilhar quando lágrima cair
Ou então de uma estrela cadente se jogar só pra ver a flor do sorriso se abrir

Deus fará absurdos, contanto que a vida seja assim
Sim, um altar onde se celebre tudo o que Ele consentir

(Adaptação para a canção ESTRELA, de Gilberto Gil)

15 de dezembro de 2008

Histórico Afetivo

Os Primeiros amores platônicos
Foram meninos, artistas, professores, fantasmas
Exercitaram a timidez de minhas descobertas
Eu cá comigo nas entranhas contemplando espelhos
Escrevendo cartas em cartilhas enfurnada no quarto
Crescente-mingüante, a ouvir livros, a ler músicas
Tudo em silêncio. Em liberdade da púbis, na puberdade.

Quando beijei em primeiro a ruiva e calva boca de Brasília
Foi a mais velha e mística, a mais controvertida
Gorda de literatura, pôs-me a palavra da poesia adentro
Esconderijo. Castraram-me na floração de meus princípios
Ósculos seguiram-se na espera, entre confusões cardíacas
Entre as provas dessa filosofia insincera.

Sobrepujei eras de aquário, acessei o mar da desordem
E o cyberespaço do novo, por vezes incomunicável.
De toda gente que via, preferia o mistério da distância
Assim troquei identificações com a santa ilha catarinense
E namorei codificada sem téte-a-téte por meses a fio
Até que o desbravador de lá aportou em minha terra
Provocou novo caos após curta bonança

Ademais, outros corpos se fundiram ao meu carnifício
Deram-me um prazer quase involuntário
Explorei o medo, a rua, o cenário da (des)ventura
O poeta alcoólico deu-me a maldição de sua proposta
Caí, então na teia de seus versos ciumentos, ridículos

Depois veio um artista outro, cores,
Deixei para depois o mais normal de todos
Depois e depois e depois mais liberdades
Viajei para as praias mais magníficas do mundo,
Conheci algumas cidades brasileiras, felicidades também
Fui a shows, dei shows e boas vindas às noites
Bebia pelo gosto de afrouxar minha loucura
E também para curar o vício de me apaixonar pelo acaso


Hoje descobri quem eu era, mas não o que sou
Ainda sou presa de novas esferas.


Finquei-me agora em relacionamento dura-d'ouro
É musical, sociável, não menos conflituoso, embora
Amadureço com ele a paciência de acertar o alvo
Quem sabe não acertemos o fruto
Que caiu na cabeça um do outro
Reproduziremos eurekas, mas renderemos frutos novos?
O tempo dirá, na distância aproximada do convívio
E na aproximação corpórea das almas
Através das quais somos vivos


CONSELHO PRÓPRIO INVENTADO:
Piegas, não te apiedas nunca do coitado
Parta para o coito, pense no parto, mas se previna
Ainda és menina, a mulher quem a fará será o seu Amado.

13 de dezembro de 2008

Ter um segredo me basta, da minha boca já saiu mais mosca do que entrou mosquito. A diferença é que não mais engulo sapo. Jogo sal na ponta da língua e costuro a boca da macumba. Virar príncipe não vira porque já é muito surreal. Se digo ou se confesso, o meu equívoco decerto será usado contra mim dentro ou fora do tribunal. Leis e liberdades. Se vivemos sem esta ou aquela, estamos todos mal fadados. Ser humano é o diabo! Acho que vou para uma colônia de férias na Babilônia tirar o meu atraso de vida entre chistes e pastiches insensatos!

1 de dezembro de 2008

A BEAUTIFUL MIND

I find you very attractive. Your aggressive moves toward me indicate that you feel the same way. But still, ritual requires that we go through a number of platonic activities before we have sex. I'm simply proceeding with those activities. But in point of actual fact, all I really want to do is have intercourse with you as soon as possible. You're gonna slap me now.

Does our relationship warrant long-term commitment? I need some kind of proof, some kind of verifiable, empirical data. Alicia: I'm sorry, just give me a moment to redefine my girlish notions of romance.

I don't exactly know what I am required to say in order for you to have intercourse with me. But could we assume that I said all that. I mean essentially we are talking about fluid exchange right? So could we go just straight to the sex.


Uma mente brilhante fálica e falível. Acima, uma passagem bem excêntrica do filme sobre o matemático John Forbes Nash Jr. Chego a me identificar com sua esquizofrenia humanóide aguda, embora seja ou esteja sã em consciência desde que me entendo por fêmea. É tragicômico, é natural. E olha que meu teorema sobre a vida ainda não foi descoberto. Quem sabe no final?