29 de outubro de 2008

R-exist-ENTE

De repente enjoei de falar tanto de mim, procurarei narcisar bem menos, teatralizando certas nuanças a fim de não me perder em obviedades tão cruas. Leio filosofia existencialista como quem não tem dinheiro para bancar psicanálise. Sofri há pouco uma náusea qualquer de ser humano, convencendo-me que me manterei viva por um longo tempo, sem me render ao fazer algo por querer, mas sim querer de verdade tudo o que decidir fazer.

Meus olhos pesam com a hora, mas o silêncio é tão agradável que me converto às madrugadas atuando mais que em dias solares. Sei dos malefícios, até estou doente por esses dias. Tomei uma gripe emprestada de um livro empoeirado. Devo me preservar ao máximo para também extravasar em excessos no final de semana. Nunca levei meus finais de semana tão em conta quanto agora. Se eu não saio, indisponho-me, é estranho. Se bem que... Qual comportamento meu eu mesma não estranhe? Avalie os outros. Garanto já ter me importado mais com isso.

No momento também ando assustada com a quantidade de tempo ao lado de uma pessoa do sexo oposto. Encantamentos, cenários novos, gente. Esse relacionamento me aciona os tímpanos como nenhum outro. Isto pelo envolvimento com a música. O cheiro dele é muito bom, o tato idem. Conversamos e discutimos bastante acerca da vida. Aprendo, expresso-me bem mais que antes. Ganhei novos coloridos, embora minha oscilação melancólica persista. Remediar me basta. Que venha a entrega.

16 de outubro de 2008

16/fevereiro/1985


"Não se nasce mulher: torna-se." Beauvoir

"Eu era uma criança, esse monstro que os adultos fabricam com as suas mágoas."

"O homem deve ser inventado a cada dia." Sartre